quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Egoísmo

Menina mimada, milhares de bonecas à seu alcance e sempre quis a que estava na prateleira mais alta do quarto. É, coisas não mudam facilmente, sempre teve tudo mas o que realmente queria não era acessível. Sempre foi descrente a ditados populares, mas um dia percebeu que "só damos valor ao que perdemos" quando perdeu uma daquelas bonecas que estavam ao alcance, meio suja e com a roupinha gasta, aquele brinquedo que estava enjoada de brincar mas só percebeu o quanto ele era importante após perdê-lo de vista.

Foi sempre assim, ela não aprendeu com as bonecas e continuou não dando valor aquilo que, no fundo sabia que precisava, sendo por amor ou egoísmo. Até que um dia ela conheceu um cara, nem bonito nem feio mas que a fazia rir como nenhum outro, decidiu então brincar de bonecas mais uma vez, até enjoar do brinquedo novo e decidir deixá-lo de lado. Mas o brinquedo não queria ficar sozinho, por isso, arranjou outro dono, alguém que não o largaria depois de tê-lo deixado gasto.

Ao ver seu brinquedo nos braços de outro dono, ela simplesmente desejou tê-lo de volta, mas não podia, ela o havia perdido e mais uma vez, ela era a garotinha mimada procurando pelo brinquedo velho que deixou por aí.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Como em um filme


De repente era tudo um filme, nosso filme, a trilha sonora era aquela música enjoativa que falava dos marinheiros, agora eu era Audrey Hepburn pós-moderna vestindo Zara no lugar de Givenchy e você um William Holden de charme mais rebelde, menos brilhantina nos cabelos, menos colarinho, e mais sapatos sem cadarço. Mas você mudou de idéia, mesmo. Você, que parecia simplesmente certo pra mim, sem tirar nem por. Você se deu o direito de mudar de idéia e eu pensei que tinha morrido junto com suas idéias de nós. Mas não.
Então nossa música começa a tocar, e de súbito tudo entra naquela atmosfera cinematográfica ilusória, onde temos a impressão de que tudo dará certo no final, eu olhava para você - mas acho que olhar não era o verbo certo a ser usado, eu era levada pelo seu olhar, àquele que você usava quando ficava sério, o meu favorito. Você me encarava de volta e por um momento houve um flashback, que voltou a primeira vez em que minha desilusão encontrou em seus olhos um motivo. Contudo voltamos ao estado inicial e minha vontade era sair correndo e pular em seu pescoço, mas diferentemente das outras vezes, seus braços não estavam abertos a minha espera, estavam cruzados, sua mão direita estava cerrada e amassava a camisa xadrez que eu te dei, de repente aquela sensação se foi, seus olhos se perderam dos meus e a musica parou. Foi nesse momento que eu percebi meu coração batia tão forte que você poderia ouvi-lo bater, mas não ouviu.
Até porque isso era mais que amar, era além do amor, gostar além do seu gosto, se o meu coração tem dois lados, porque não teria também dois donos? Falo mais do que átrios e ventrículos, da culpa de um órgão inocente por todo o mau sentimento humano. Porém, se não é do coração, de onde vêm as canções românticas, os cartões, flores e bombons? E se vai além das explicações científicas, poéticas ou filosóficas, porque ninguém sabe ou compreende mas todos o querem?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vazio

É, o tempo passa. E quando você esta prestes a completar 18 primaveras, você percebe que sente falta do que passou, daquelas alegrias bobas que na época, faziam sua maior felicidade e que hoje, não te atraem mais. Mas afinal, era esse  mesmo o problema? A gente sempre acaba se desinteressando por coisas da juventude, salvando apenas aquelas bonecas que eram suas favoritas e que, secretamente, você ainda guarda em uma caixa, escondida no fundo do guarda-roupas. Mas o pior de tudo é aquele vazio típico aparece e fica cada vez maior conforme o tempo passa. E o pior de tudo é que você sabe que vai ser sempre assim, meio vazio, com uma parte faltando, e não é que eu esteja totalmente infeliz, é que fica cada vez mais difícil ser feliz quando o que faz a sua felicidade, esta espalhada por aí,  e com certeza, muito mais difícil em reuni-lá inteira num lugar só.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Incerteza

 O relogio andava, levando o tempo consigo e passando assim como aquela leve brisa que nos passa naquele fim de tarde onde o céu se pinta numa aquarela cor-de-rosa. Lá estava ela, insistentemente esperando por sua própria incerteza. Incerteza na qual fazia questão fazer aparecer a covinha do lado direito num sorriso bobo todas as vezes que a olhava, ah e como te amara, má incerteza, que por sua vez possuia nome, endereço, telefone e um belo par de olhos verdes que a intimidavam e deixavam-na cada vez mais instigada de modo a fazer-la esperar todos os dias para simplesmente deixar-se levar, mesmo que dissimuladamente, pelos olhos daquele que, um dia lhe fez esperar tanto tempo.
 Abraçada ao ursinho que, ironicamente era chamado de certeza, elaesperava, como se fosse a princesa aprisionada na torre mais alta a espera da sua salvação, como nos contos que tanto gostava de ler. Sabia que aceitaria qualquer um, nobre ou bobo, não importava, somente procurava alguem, aquele incerto que aparecia noite sim, noite não, para tira-lá da prisão dela mesma, fazendo-na livre de tudo e prisioneira apenas por seus sentimentos.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Resoluções de ano novo

  • Perder 11 kg 
  • Decidir o que fazer na faculdade
  • Sair mais
  • Me apaixonar por um estranho
  • Entrar na faculdade
  • Sair (ou iniciar o processo de saida) da casa dos meus pais
  • Brigar menos com meu irmão
  • Ser menos consumista
  • Estudar mais
  • Parar de odiar física e todas as pessoas que a apreciam
  • Ser menos carnívora
  • Ler mais
  • Ser menos tímida
  • Viajar mais
Essas são minhas 15 metas para 2010, não costumo fazer esse tipo de coisa, mas acho que dessa vez, vale a pena tentar.

    quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

    Alcance

    É nessas horas, quando se pode ouvir o ponteiro do relógio se movendo, que eu sinto a sua falta. Seria estranho sentir falta de algo que nunca teve, de modo demasiadamente tortuoso e incrivelmente imaginativo, levando-me até a ouvir a sua risada, de longe, do horizonte, apenas me esperando para adormecer em sono eterno dentro das minhas próprias memórias. E então, de súbito, que nesse meu abrir de olhos, somente te enxergo, mesmo não estando ao meu alcance.

    domingo, 12 de dezembro de 2010

    Dear Santa II

    Querido papai noel, olha eu atrasada de novo,é eu sei que é isso que você espera de mim, e sei também que não é o único. Ano passado te pedi ele como meu presente, sei que o senhor não me deu e te agradeço, sinceramente, ele não seria lá um grande presente, muito mimado, muito egocêntrico o senhor fez bem em não atender o meu pedido.
     Esse ano peço algo ainda mais difícil de se dar a alguém, entenda papai noel, o senhor é minha ultima esperança. Para esse natal, desejo bem mais do que aquilo que se toca, que se vê ou que se pode por em uma caixinha, fechada por uma fita de cetim e depositada embaixo da arvore. Nos últimos 365 dias percebi que me falta paciência, conhecimento e destino, por isso, nesse ano peço-lhe que me ajude com isso, sei que é difícil, mas por favor tente, estou mesmo precisando, principalmente de paciência até para esperar o meu presente chegar.
     Sei que o que te peço é meio incomum, mas por favor, faça um grande esforço, preciso mesmo de tudo isso. Ah e se o senhor quiser me dar algum tipo de bônus, aceito com prazer a barbie do Toy Story 3 :D.


    Atenciosamente, 
    Heloísa Rubim Moraes