domingo, 26 de setembro de 2010

Onde quer que me esqueças

Sinto falta do seu boné azul, aquele que eu roubava e saia correndo, sempre que queria te surpreender ou te deixar irritado. Me lembro de todas as vezes que você dividia seu lanche comigo, ou da vez que disse que me amava, obtendo como resposta um simples "eu te amo também, mas de um jeito melhor, como meu irmão". Lembro de nossas aulas de ingles que, mesmo sendo as unicas que tinhamos juntos, era rotina, era como deveria ser, até eu ir embora. Desculpe, não queria te deixar, mas eu não podia mais ficar, simplesmente não podia. Então quem mudou foi você, que passou de excessão a mais um na multidão.

sábado, 25 de setembro de 2010

Mapa mundi

E era assim, toda a vez que ela me pegava fitando o mapa múndi pendurado na parede do meu quarto, sentada na cama ao imaginar quanta coisa eu estava perdendo ali, pensando aquilo, mamãe sempre dizia "Para de sonhar e vá arrumar esse quarto, menina". É, eu era sonhadora demais, fazia isso o tempo todo, só parava para prestar a atenção nas aulas de Ballet, porém, bastava um passarinho começar a cantar do lado de fora do ateliê que ja me imaginava como um. Seria bom ser um pássaro, sem precisar se preocupar com o tempo perdido sentado na cama olhando o mundo por um mapa, era só sair voando, do Hawaii a Pequim, como dizia aquela musica que a gente cantou uma vez na escola, em uma apresentação daquelas que toda a criança faz quando ainda tem seus pais como super heróis e sonha em ser veterinária ou professora. Não sei porque, mas eu era diferente, queria ser uma bailarina-viajante, afinal, as aulas de Ballet eram um dos únicos momentos em que eu conseguia parar de sonhar, pelo menos até um passarinho começar a cantar do lado de fora.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Madness

Se todo gênio é louco, todo o louco é gênio? E se todos tem um pouco de medico e louco, seriam todos os medicos geniais? Observando as pessoas de um modo geral todas parecem riscos tortos e uma folha de linhas milimetradas. Desde quando o mundo é mundo, e até o mundo deixar de ser mundo, o anormal é a regra e toda a sua excessão é devidamente eliminada de algum modo, querendo ou não todos querem se diferenciar, tornarem-se gênios, mas se todo gênio é louco, porque ninguém quer ser louco? Ser louco fugiria até demais da regra da anormalidade social, ou talvez ser louco seja certo demais em lugares onde a norma é ser diferente, de um modo ou de outro, se até o filho de deus foi considerado louco, quem seriamos para nos compararmos a ele de modo que tudo o que querem é ser gênio, símbolo de uma simples época onde ser gênio é ser louco, mas ser louco é ser louco, e só.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Just like Jane Austen

 Sou facilmente irritada, e por isso acontecer corriqueiramente, apenas fecho os olhos, respiro e penso "Jane Austen me entenderia", ja que, minha mãe sempre diz que vou acabar como ela, de que adianta um rápido raciocino e uma lingua afiada se não tem com quem discutir? Jane era racional demais, a frente de sua época, mas seu medo continua tão atual quanto seus romances: O medo de permanecer sozinha, para sempre. Ao contrario de seus personagens, Austen não teve um final feliz, abdicou de sua real felicidade e conseqüentemente, não conseguiu nenhuma outra. Sendo ou não comparada a Jane, eu não quero ficar assim, quero um final feliz, o final que ela merecia, o final que eu vou merecer, um dia.



If I loved you less, I might be able to talk about it more. 


Jane Austen