domingo, 28 de março de 2010



E desejá-lo assim, com todos os lugares-comuns do desejo, a esse outro tão íntimo que às vezes julgas desnecessário dizer alguma coisa, porque enganado supões que tu e ele vezenquando sejam um só, te encherá o corpo de uma força nova, como se uma poderosa energia brotasse de algum centro longínquo, há muito adormecido, todas as princesas de todos os contos de fada desfilam por tua cabeça, quem sabe dessa luz oculta, e é então que sentes claramente que ele não é tu e que tu não serás ele, esse ser, o outro, que mágico ou demoníaco, deliberado ou casual te inflama assim de tolos ardores juvenis, alucinando tua alma, que o delírio é tanto que até supões ter uma


-Caio Fernando Abreu

sábado, 27 de março de 2010

wild at a heart

Mais do que amar além do amor ou gostar além do gosto, se o coração tem dois lados, porque não teria dois donos? Falo mais do que átrios e ventrículos, da culpa de um órgão inocente por todo o mau sentimento humano. Porém, se não é do coração, de onde vem as canções românticas, os cartões, flores e bombons?e se vai além das explicações científicas, poéticas ou filosóficas, porque ninguém sabe, ninguém compreende e todos querem?

sexta-feira, 19 de março de 2010

Like a movie IV

 Eu tenho uma imaginação muito fértil. Talvez esse seja meu problema, imaginar de mais. Planejo cada momento como se fosse uma cena que segue fielmente seu roteiro. Pode ser verdade, eu penso demais, não por excesso de imaginação, talvez por carência, por desejo, vontade de fazer dar certo. Necessidade de criação, roubando plotpoint de filmes imaginários e montando o meu próprio, overdose de fantasia, falta de limite, carência momentania de sentimentos inoportunos, imaginação, utopia, delirio, epifania.
Não é saudade, mas é sem duvida uma sensação muito clara de que a vida escorre talvez rapida demais e, a cada momento, tudo se perde 

- Caio Fernando Abreu.

sábado, 13 de março de 2010

Like a movie III

 Ela olhava pela janela, via sua propria história, mocinha do seu próprio longa-metragem. Assistia sua vida toda, seus melhores momentos sendo encenados perfeitamente, mas espera, não era ela no papel principal, impossivel. Até que percebeu que havia renunciado a aquele papel, que não era dela a atuação impecavel, os elogios e os aplausos; nunca fora a bonequinha de luxo, ou cinderela em Paris, ela perdeu isso deixando tudo pra traz, talvez não por escolha própria. Também não havia mais par romantico, a quimica havia sumido e o coração rachado. Seu filme era exibido em sua janela, porém, sem sua propria participação.

sábado, 6 de março de 2010

love's equation

a moment +  a kiss + a cry + a love =  our lies +our dreams + our tears + our fights
a  kiss + a cry + a love = our lies + our dreams + our tears
a cry + a love = our lies + our dreams
a love = our lies
love = lies