sábado, 13 de março de 2010

Like a movie III

 Ela olhava pela janela, via sua propria história, mocinha do seu próprio longa-metragem. Assistia sua vida toda, seus melhores momentos sendo encenados perfeitamente, mas espera, não era ela no papel principal, impossivel. Até que percebeu que havia renunciado a aquele papel, que não era dela a atuação impecavel, os elogios e os aplausos; nunca fora a bonequinha de luxo, ou cinderela em Paris, ela perdeu isso deixando tudo pra traz, talvez não por escolha própria. Também não havia mais par romantico, a quimica havia sumido e o coração rachado. Seu filme era exibido em sua janela, porém, sem sua propria participação.

1 comentários:

Víítor Bezerra disse...

Eu podia me ver sorrindo como se nada tivesse acontecido, minha imagem era clara, todos os meus movimentos e falas eram perfeitamente ensaiados a ponto de paracerem abusivamente reais, foi quando eu deixei de focalizar a minha atuação e focalizai em outra pessoa, mas espera um instante, não havia outra pessoa ali, o filme passava como algo impecavel, mas eu atuava sozinho e lá eu aparentar não ligar ou simplesmente aceitar, se eu não soubesse perfeitamente o que eu via, eu poderia dizer que era uma alucinação, mas não era, estava ali na minha cara, ali na grande tela, era eu sozinho atuando. No filme eu puxara alguem paara dançar, alguem que não estava ali, eu rodopiava e dançava lentamente, rodando e rodando como as lembranças de Anastacia, mas eu não tinah em quem segurar. Fui até a grande tela e toquei seu enorme pano, eu podia ouvir pessoas gritando para que eu saisse da frente, pois lhes atrapalhava a visão. As pontas de meus dedos se afastaram da tela e voltaram a onde estavam, dentro de meus bolsos, dei alguns passos para trás, dei meia volta e sai pela porta principal enquanto no filme eu falava romanticamente: "I'll, I'll be here with you!", estava cansado de lembrar, de sonhar, passou, superei e superarei. Lá fora chovia, as gotas começarama ficar marcaanes em meu terno preto até enxarcá-lo, eu caminhava ali na chuva, com a mão nos bolsos, ir para casa era o melhor agora.