terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Incerteza

 O relogio andava, levando o tempo consigo e passando assim como aquela leve brisa que nos passa naquele fim de tarde onde o céu se pinta numa aquarela cor-de-rosa. Lá estava ela, insistentemente esperando por sua própria incerteza. Incerteza na qual fazia questão fazer aparecer a covinha do lado direito num sorriso bobo todas as vezes que a olhava, ah e como te amara, má incerteza, que por sua vez possuia nome, endereço, telefone e um belo par de olhos verdes que a intimidavam e deixavam-na cada vez mais instigada de modo a fazer-la esperar todos os dias para simplesmente deixar-se levar, mesmo que dissimuladamente, pelos olhos daquele que, um dia lhe fez esperar tanto tempo.
 Abraçada ao ursinho que, ironicamente era chamado de certeza, elaesperava, como se fosse a princesa aprisionada na torre mais alta a espera da sua salvação, como nos contos que tanto gostava de ler. Sabia que aceitaria qualquer um, nobre ou bobo, não importava, somente procurava alguem, aquele incerto que aparecia noite sim, noite não, para tira-lá da prisão dela mesma, fazendo-na livre de tudo e prisioneira apenas por seus sentimentos.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Resoluções de ano novo

  • Perder 11 kg 
  • Decidir o que fazer na faculdade
  • Sair mais
  • Me apaixonar por um estranho
  • Entrar na faculdade
  • Sair (ou iniciar o processo de saida) da casa dos meus pais
  • Brigar menos com meu irmão
  • Ser menos consumista
  • Estudar mais
  • Parar de odiar física e todas as pessoas que a apreciam
  • Ser menos carnívora
  • Ler mais
  • Ser menos tímida
  • Viajar mais
Essas são minhas 15 metas para 2010, não costumo fazer esse tipo de coisa, mas acho que dessa vez, vale a pena tentar.

    quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

    Alcance

    É nessas horas, quando se pode ouvir o ponteiro do relógio se movendo, que eu sinto a sua falta. Seria estranho sentir falta de algo que nunca teve, de modo demasiadamente tortuoso e incrivelmente imaginativo, levando-me até a ouvir a sua risada, de longe, do horizonte, apenas me esperando para adormecer em sono eterno dentro das minhas próprias memórias. E então, de súbito, que nesse meu abrir de olhos, somente te enxergo, mesmo não estando ao meu alcance.

    domingo, 12 de dezembro de 2010

    Dear Santa II

    Querido papai noel, olha eu atrasada de novo,é eu sei que é isso que você espera de mim, e sei também que não é o único. Ano passado te pedi ele como meu presente, sei que o senhor não me deu e te agradeço, sinceramente, ele não seria lá um grande presente, muito mimado, muito egocêntrico o senhor fez bem em não atender o meu pedido.
     Esse ano peço algo ainda mais difícil de se dar a alguém, entenda papai noel, o senhor é minha ultima esperança. Para esse natal, desejo bem mais do que aquilo que se toca, que se vê ou que se pode por em uma caixinha, fechada por uma fita de cetim e depositada embaixo da arvore. Nos últimos 365 dias percebi que me falta paciência, conhecimento e destino, por isso, nesse ano peço-lhe que me ajude com isso, sei que é difícil, mas por favor tente, estou mesmo precisando, principalmente de paciência até para esperar o meu presente chegar.
     Sei que o que te peço é meio incomum, mas por favor, faça um grande esforço, preciso mesmo de tudo isso. Ah e se o senhor quiser me dar algum tipo de bônus, aceito com prazer a barbie do Toy Story 3 :D.


    Atenciosamente, 
    Heloísa Rubim Moraes

    quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

    Contentamento

    Algumas pessoas nasceram simplesmente para ter seus destinos governados por terceiros. E assim era ela, boa filha, boa irmã, boa amiga, boa pessoa, ela era boa. Bonitinha para quem realmente lhe interessava, exóticamente interessante para os que observavam de fora, mas e por dentro? Ninguém sabia, na verdade, ninguém fazia questão de saber, já que sempre disfarçou tão bem, sorriso de contentamento levemente estampado, covinha do lado direito, risada etiquetada arduamente educada. O que dizer além do fato de que a aparência perfeita e doce simplesmente a fazia parecer mais como uma boneca de porcelana, aparentemente rígida e perfeita, mas tão delicada a ponto de poder quebrar com o mínimo toque? Teve tantas mudanças, tantos começos, meios e fins que provavelmente fez as pessoas pararem de se preocupar por não demonstrar, afinal, porque se preocupar com alguém tão bem comportada, obediente e cortês? Contando com o fato de que era agora, uma escrava de sua própria postura, feita apenas para sorrir contentada, só pra deixar aparecer a covinha do lado direito.