terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Incerteza

 O relogio andava, levando o tempo consigo e passando assim como aquela leve brisa que nos passa naquele fim de tarde onde o céu se pinta numa aquarela cor-de-rosa. Lá estava ela, insistentemente esperando por sua própria incerteza. Incerteza na qual fazia questão fazer aparecer a covinha do lado direito num sorriso bobo todas as vezes que a olhava, ah e como te amara, má incerteza, que por sua vez possuia nome, endereço, telefone e um belo par de olhos verdes que a intimidavam e deixavam-na cada vez mais instigada de modo a fazer-la esperar todos os dias para simplesmente deixar-se levar, mesmo que dissimuladamente, pelos olhos daquele que, um dia lhe fez esperar tanto tempo.
 Abraçada ao ursinho que, ironicamente era chamado de certeza, elaesperava, como se fosse a princesa aprisionada na torre mais alta a espera da sua salvação, como nos contos que tanto gostava de ler. Sabia que aceitaria qualquer um, nobre ou bobo, não importava, somente procurava alguem, aquele incerto que aparecia noite sim, noite não, para tira-lá da prisão dela mesma, fazendo-na livre de tudo e prisioneira apenas por seus sentimentos.

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